domingo, 25 de novembro de 2012
domingo, 18 de novembro de 2012
domingo, 11 de novembro de 2012
segunda-feira, 16 de julho de 2012
sexta-feira, 13 de julho de 2012
sexta-feira, 6 de julho de 2012
terça-feira, 3 de julho de 2012
segunda-feira, 2 de julho de 2012
Gostaria de continuar a narrar o amor, mas de mim pende uma lua pequena em quarto minguante, mostrando o avesso do sentir. Gostaria de desmontar o medo, em lugar de cavalgar no seu dorso. Gostaria de ficar para sempre assim, nesta paixão nómada, com as marcas de todas as dores e prazeres que são fiéis ao amor, mas sinto-me esbracejante e frágil, como o afogado. Flutuo no silêncio e não vislumbro terra.
A leitura
mais exacta do mundo – o céu, as nuvens, a montanha e o mar.
O resto,
apenas a especulação que as palavras trazem, o desenvolvimento de
certos temas, o corpo encostado à pedra, esperando que desta vez não
chova.
E há as
cores da vida, que mudam a cada instante, como se as cidades fossem
apenas alturas de lentas transições.
domingo, 1 de julho de 2012
A maior parte dos começos assemelha-se. Assim como a maior parte dos romances. Assim como a maior parte das vidas. A maior parte das vidas tenta imitar os romances que imitam a vida. A vida é uma catástrofe. A maior parte dos romances assemelha-se à catástrofe da vida que, por sua vez, não se assemelha a nada. Exactamente como a maior parte dos começos.
domingo, 15 de janeiro de 2012
Ditos
Nem tudo é para ser entendido, nem tudo é para ser resolvido. Por vezes, tudo está bem assim: caótico e não compreensível. Nada tem que terminar em felicidade, e há um momento em que se tem de terminar o que já não faz sentido. Arquivar como coisa vivida.
sábado, 14 de janeiro de 2012
Condições Iniciais
Um homem atravessa, sozinho, uma praça. Avança, olhar em frente, sem qualquer expressão. Dele sai um pequeno murmúrio.
Tu acreditas que ele conta uma história. Uma qualquer récita extraordinária que lhe direcciona o olhar e compassa o andar.
Agora ele detém-se, desenha o corpo entre o grave e a festa.
Porque é que é, para ti, tão importante entenderes esta história?
Anoitece. Faz frio. Decido sair do meu abrigo. Algo me ordena a seguir aquele homem. A sua silhueta desdobra-se sobre o halo dos candeeiros. Observo-o divagar. A sua sombra agarra-se às paredes e muros. Ele brinca com as possibilidades dispersivas de si mesmo.
P
Vocês atravessam parques habitados por cães que um dia tiveram um dono. Lá longe a cidade parece pertencer a um outro mundo.
Poderíamos dizer: um copo de luz.
Amanhã, quando acordares, estará tudo ainda lá?
O homem continua a avançar na penumbra. Alguns passos mais e vira-se, bruscamente, na minha direcção.
O seu murmúrio assemelha-se à melodia de uma prece. Ele parece não reparar em ti, mas tu sabes que ele te espera. Visto de perto assemelha-se a ti.
Pergunto-lhe: o que é que contas? Ele não responde; o que me faz duvidar da sua existência.
Estás quase a tocar-lhe quando ele te diz: conto o que vais escrever.
A última polaroid
Sem céu sobre Berlim e, no entanto, os anjos sobrevivem. Os anjos falam, invariavelmente, alemão.
Um mês de dias parados
O que faz alguém escrever? Haverá, ainda, algo a ser nomeado no mundo que mereça ser escutado? Na História estaremos todos mortos. Continuamos, no entanto, a necessitar de estórias. Não se tem acrescentado muito à dramaturgia do mundo: Amor, Poder, Existência... Baralhar tudo e fazer com que pareça novo.
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