segunda-feira, 2 de julho de 2012




Gostaria de continuar a narrar o amor, mas de mim pende uma lua pequena em quarto minguante, mostrando o avesso do sentir. Gostaria de desmontar o medo, em lugar de cavalgar no seu dorso. Gostaria de ficar para sempre assim, nesta paixão nómada, com as marcas de todas as dores e prazeres que são fiéis ao amor, mas sinto-me esbracejante e frágil, como o afogado. Flutuo no silêncio e não vislumbro terra.









A vida é uma crença como outra qualquer. Como uma religião. Vive-se como se vai à missa: entre a fé e a dúvida.





A leitura mais exacta do mundo – o céu, as nuvens, a montanha e o mar.
O resto, apenas a especulação que as palavras trazem, o desenvolvimento de certos temas, o corpo encostado à pedra, esperando que desta vez não chova.
E há as cores da vida, que mudam a cada instante, como se as cidades fossem apenas alturas de lentas transições.

Isolda




As lágrimas correm pelo rosto das mulheres e elas nem se apercebem disso. Lacrimosas são, todas as mulheres, invocadas por algum deus cruel. 

domingo, 1 de julho de 2012

A maior parte dos começos assemelha-se. Assim como a maior parte dos romances. Assim como a maior parte das vidas. A maior parte das vidas tenta imitar os romances que imitam a vida. A vida é uma catástrofe. A maior parte dos romances assemelha-se à catástrofe da vida que, por sua vez, não se assemelha a nada. Exactamente como a maior parte dos começos.











Ainda há quem acredite

Lugares comuns




Sem céu sobre Paris



dos lugares comuns: o cavalo do eterno retorno